quinta-feira, 11 de julho de 2013

É, como somos estranhos...


Estava aqui lendo um texto não sei quem é o autor, mas falava da falta de interesse que temos pelas pessoas que nos cercam, é tanta hipocrisia, ironicamente fazemos perguntas e nem estamos interessados em saber a resposta.
Quando encontramos algum conhecido qual é a primeira pergunta que fazemos???
Quase 100% das vezes é "E aí, tudo bem?" ...
Sendo que na verdade, o questionamento é daquele tipo que se faz na maioria das vezes só para ser educado, só pra ser delicado, sem ter o mínimo interesse no que está acontecendo com a pessoa. 
Muitas vezes esperamos que a resposta seja algo simples como um "Vou bem, e você?".
É muito comum, é o normal, você fica um longo tempo sem ver a pessoa ou talvez essa pessoa nem seja tão importante na sua vida, mas essa cena acontece muito.
Fiquei aqui pensando e me perguntando se realmente paramos para prestar atenção no outro. 
Será que não estamos ocupados demais no nosso próprio mundinho, achando que as coisas giram ao redor do nosso umbigo? 
Será que estamos dispostos a ouvir uma resposta negativa como um "Não estou nada bem"? 
Sabendo que uma negativa iria exigir um tempo de dedicação e atenção para com a outra pessoa.
Não sei se temos essa disposição, ou, se temos essa boa vontade de escutar desabafos alheios.
Sempre tentei ser otimista quando me fazem esse tipo de perguntas, mas uma vez ou outra escapa uma resposta negativa e eu para e penso pq estou falando isso para essa pessoa, que interesse ela tem nas desventuras que acontecem em minha vida.
Mas quando você está muito mal e te perguntam, aí você coloca aquele sorriso amarelo no rosto e diz "Estou ótima!", me parece algo tão falso, tá que ninguém tem que saber dos meus problemas, mas é ridículo ficar fingindo sorrisos.
Cheguei a conclusão que as pessoas deveriam deixar de lado essas falsidades e só perguntar quando realmente se tem interesse, assim não seriam obrigadas a ouvir histórias dramáticas ou lamentos de algo que não está tendo um dia legal.
Acho que para evitar essas situações constrangedoras eu começarei a usar uma plaquinha com os seguintes dizeres...
Olha não estou nada está bem. Preciso engordar uns 10 quilos, minha vida está um tédio, vivo tendo crises alérgicas além de ter rinite e sinusite , ando cheia de dúvidas e problemas de origem interna e outras neuroses típicas de mulher, vivo buscando resposta para perguntas que nem eu consigo compreender e no meio dessa bagunça toda ainda tenho que tirar um tempo para sorrir e ser gentil, ou serei considerada uma pessoa mal humorada e rabugenta. 
Tanto eu quanto você sabemos que se eu for para comparar nossas vidas com a vida de alguém que tem câncer ou outra doença mais séria vamos constatar que não temos problema nenhum e que estamos muito bem. Mas se for comparar nossas vidas com o ideal, com o que eu queríamos que ela fosse, agora ela está bem ruim.
Não sou tão imbecil a ponto de achar que não tem nada de bom acontecendo, que está tudo uma porcaria. Eu tenho uma família que apesar de algumas divergências me ama muito, tenho amigos lindos que me amam e que fazem o possível para me ver feliz, apesar de algumas alergias, tombos e arranhões minha saúde é muito boa, tenho metas e sonhos, tenho pequenas alegrias que me dão esperança para acreditar no futuro e me deixam cheia de vontade de viver. 
Mas sabe como é, somos seres complexos, sempre queremos alguma coisinhas e nos achamos desafortunados por não ter, a gente sempre quer o que não tem. 
Sempre arrumamos um "mas" pra dizer que não está tudo bem, mas isso é normal, o que seria do mundo se estivéssemos satisfeitos com o que temos e não fizéssemos a menor questão de querer ser melhor e ter o melhor. Não podemos e nem devemos nos acomodar com pouco, é óbvio que a humildade é uma benção, mas o comodismo é um mal que parte do egoísmo, da falta de amor e da falta de força de vontade.
Não podemos nos conformar com o que nos oferecem, temos que lutar pelo que queremos, precisamos estar sempre em busca do que nos proporciona alegria de viver.
Sabe como são essas coisas de mulher. 
Coisas de todos nós, meros seres humanos complexos e insatisfeitos.