sábado, 4 de agosto de 2012

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Eu sempre agi seguindo os meus impulsos impetuosos, sem ter dúvidas ou remorso até aquele exato momento.


Eu sempre soube muito bem o que queria falar, onde queria estar, e quando queria fazer, sem titubear em nenhuma decisão.


Minhas decisões sempre dependeram do meu humor, das minhas vontades, dos meus desejos, e por mais que tenha errado inúmeras vezes, sempre tinha a certeza de que fiz o que realmente gostaria de ter feito, sem deixar espaço para os arrependimentos.


Mas ultimamente mal posso me reconhecer, não reconheço a menina que vejo de relance no espelho. Aquela menina que prefiro evitar de enxergar profundamente, tenho medo de mergulhar em seu interior e me afogar em meio as suas memórias ais insanas.


Existe tanta coisa que eu preciso dizer, tanta coisa que eu quero e preciso fazer.


Por vezes os sentimentos suplicam sair de dentro de mim, tudo aquilo que eu quero guardar e quem sabe esquecer que um dia eu quis colocar para fora.


Me perco escrevendo rascunhos todos os dias.


Vivo rabiscando cartas imaginárias que tenho medo de colocar no papel, esboços de e-mails que jamais serão lidos e mensagens de celular que prefiro colocar na caixa de não enviada do que apertar o botãozinho verde que as encaminha ao seu verdadeiro destino.


Algumas vezes parece que tenho tanto a dizer, tanto a demonstrar, que fico paralisada e nenhuma palavra parece ser mais eficaz do que meu próprio silêncio.


Algumas vezes faço piada, dou uma risada, afinal  você  nunca verá o que se escodem por trás de meras letras.


Os olhos podem estar marejados, mas dó outro lado você sempre terá a impressão de que eu faço tudo virar uma comédia.


Cada piadinha até pode ser uma lágrima que rola, mas quem se importa... Algumas coisas são difíceis de se ouvir, mas apesar de tudo não podemos deixar que nos abateu.


Sei que já falei uma vez, mas vale relembrar... 


Eu não vou chorar, pelo menos não na sua frente, não, eu não vou chorar.


Você só terá minhas risadas, elas disfarçam bem os momentos com os quais fui obrigada a aprender a lidar.


E toda vez que a conversa ficar triste, toda vez que as lembranças invadirem, eu virarei a figurinha que  você  conhece, aquela que faz piada pra não chorar, aquela que fará a piada mais sem graça do mundo só pra ver um sorriso seu, aquela que fechará os olhos para as lágrimas não escorrerem mas que dos lábios soltará o sorriso mais lindo e entorpecente, o qual você nunca conseguirá descrever.


E quantas vezes os olhos marejados poderão dizer mais do que páginas e mais páginas de um texto qualquer, ou do que qualquer outra coisa que eu possa escrever.










Um comentário:

  1. Humm...muito legaal o texto, acho que tem muita gente passando pelo mesmo. Cada um com sua medida de dor.

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