terça-feira, 3 de abril de 2012

Amargo sabor de Abril.

                                 Abril...


Abril é uma época trágica.

Mesmo que o sol possa brilhar, eu continuarei desejando que ela acabe.

Existem também as chuvas de abril, que poderiam suavemente lavar a alma levando toda a tristeza.

Mas que apenas cai fria e fina, como as lágrimas de uma menina.

Embora  eu tente me decifrar, eu me perdi de tanto tentar.
Ás vezes acho que não sou daqui.
Todos enxergam através de mim.
Levo comigo esses restos de Abril.
Guardo os beijos que nunca lhe dei.
E as palavras que não falei.
Eu só peço para esse mês acabar.
E os segundos do relógio insistem em não passar.
Pq as horas correm tão devagar?
Nossos corações continuam divididos, ou talvez partidos em dois.
Pq o tempo não leva toda essa dor?
Pq o vento não leva seu nome para longe da minha voz?
Só quero o silêncio a me acompanhar.
E na memória levo cada história que de ti me faz lembrar.
Sem nosso sonhos o Universo torna-se tão pequeno.
Sentimento fugaz, que quando não alimenta a alma perturba e maltrata.
Quando chegar a hora do adeus definitivo...
Leve o sul, o sol...
O tempos, as horas...
O espaço entre cada segundo.
Leva também toda a verdade absurda que sempre existiu.
Só não esqueça de me dizer onde guardo tanta solidão.
Pela última vez me traga sua voz doce e pela última vez me cante aquela canção.
Só não deixe soar em tom de despedida.
Não use esse momento para me dizer adeus.
E quando a música terminar, eu seguirei sozinha a caminhar.
Sempre tentando me encontrar.
Eu vou seguir tentando não me perder.
Eu realmente preciso me encontrar, pra descobrir se ao seu lado é o meu lugar.
Percorremos tantos caminhos, e muitas vezes tentamos voltar.
Mesmo sabendo que era tarde pra tentar.
Seguindo os seus sinais vou me afastando de você.
E o cheiro do mar viajando com a brisa, sempre me trará lembranças suas.
Quando aquela música tocar, fecharei os olhos para fazer de conta que é você que está cantando.
Se a sua saudade me guiar, eu estarei ali na areia.
Sentada sozinha, observando as ondas e o vai e vem do mar.
Em minhas fantasias te imagino acordando em uma manhã de Abril.
Entre sorrisos Feliz Aniversário vc estava a me desejar.
Mas a realidade insiste em me acordar.
Enquanto houverem manhãs de Abril.
E assim vou desperdiçando meu tempo, sem nenhuma razão para sonhar.
Tanta falta de lógica, tanta inconstância.
Acho que prefiro viver em um mundo paralelo.
Me transportar para um mundo só meu.
Mas quando a noite chegar....
As memórias estarão em minha mente.
E mais uma vez me perderei entre lembranças.
Nada muda em Abril, a pequena alegria que eu tinha partiu.
Como se mais uma vez o tempo me dissesse não.
E num piscar de olhos o vento levasse meus sonhos.
Fico sentindo os sonhos escaparem pelas brechas das mãos.
Quando a noite chegar sentirei essa dor.
A dor de um destino que não se cumpriu.
O trágico destino de Abril.
Mas talvez algum dia o destino queira brincar.
E em uma rua qualquer iremos nos encontrar.
Os olhares irão se cruzar.
Quem sabe de nossos lábios possa sair um olá...
E na pressa de um dia corrido.
Surgirão as lembranças de tudo que não foi vivido.
De longe escutaremos alguém chamar, mais uma vez a despedida será inevitável.
Não podemos esperar muito do passado.
Caminharemos lentamente cogitando não voltar.
Mas seguiremos adiante na intenção de nos poupar.
Nessa vida tanto já sofremos, que seria injusto arriscar.
Seguiremos lentamente, passo a passo.
Lembrando o tempo que estava lá.
Desejando que pelo menos uma vez Abril pudesse mudar.
Mas o destino de Abril se cumpriu, e nada podemos mudar.
O tempo se encarregará de curar toda a dor que restar.
O que o tempo não curar teremos que aprender a lidar.
Boas vindas com sabor de despedidas.
Coisas impossíveis de se acostumar.
Será que existe algum lugar que eu não fui?
Lembro que viajei em pensamento pelo seu olhar.
E de novo vem esse sentimento de Abril.
E nesse momento pode ser que eu me esqueça de sorrir.
Desse Abril solitário vivo querendo me despedir.
É um céu cinzento que deveria ser azul.
Estradas cheias de caminhos que não me levam a lugar algum.
Chega de lamentar, a minha vida tentarei alindar.
Não quero mais imaginar olhos cheios de lágrimas de desamor.
Não quero mais sofrer a minha e a sua dor.
Quero olhos que reflitam a fé na vida.
Quero que o tempo cicatrize as feridas.
Não quero que uma história conhecida como mais um trágico destino de Abril.
Sei que essa sina é só minha, e solitária irei meu fardo carregar.
Talvez seja melhor fingir que nunca existiu e triste e longa história de Abril.
Sob a chuva fina desse céu de Abril eu faço minhas orações.
Pode parecer que não tentei o suficiente.
Não será fácil seguir adiante.
Também não será fácil transpor as barreias de Abril.
Quanta vontade de trocar tudo por um instante.
Quem sabe voltar ao verão passado.
Mas no que seja assim, não adianta lamentar.
Palavras são só palavras no fim.
Talvez seja melhor fugir do que ficar e insistir.
E como as folhas de outono, me desprendo e sigo só.
Eu não sorri e não me deixei chorar.
Mas não pense que não sofri, por viver sem tentar.
Ás vezes paro pra pensar em tudo que perdi
Por não fazer ou dizer tudo o que eu queria.
Até se pode lamentar por uma história que não se concretizou.
Mas jamais poderemos dizer que não houve amor.


                                     

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