sábado, 14 de julho de 2012

Ela...



Ela continuava na sua rotina de escrever incessantemente tudo o que sentia.

Ele ainda era seu tema favorito, em cada texto que escrevia sempre havia um pedaço da história, um momento que ficou gravado em sua memória.

Sempre que a saudade batia, ela tentava colocar par fora todo o sentimento que ainda guardava.

Aquele bom e velho blog que por muitas vezes havia pensado em deletar lhe servia para desabafar, era seu meio de expressar tudo que não podia dizer.

E depois de um certo tempo distantes ele a procurou.

E a conversa saiu naturalmente, estavam apenas querendo saber um do outro.

Ele: te incomodo?

Ela: É claro que não, vc nunca me incomodaria.

Ele: claro que sim, já nos incomodamos bastante

Ela: Talvez seja verdade, mas valeu cada minuto de incomodo.

Ele: Só queria saber de vc... Você está bem? Tem saído? O que tem feito?

Ela: Você está bem?

Ele: Eu estou sim, mas acho eu perguntei primeiro de você...

Ela: Eu entendo, também queria saber de vc, se bem que eu sempre tento ter notícias, sempre estou de olho nas atualizações.

Ele: Tenho uma música pra vc ir ouvindo...

Ela: Eu estou bem sim, continuo na mesma, trabalho, família, algumas vezes saio.

Ele: Entendi.

Ela:  Que milagre trouxe vc aqui.

Ele: É estava vendo algumas coisas ontem, tinha um email sobre um comentário eu cliquei e voltou tudo.

Ela: Ah gostei da música, o moço do clipe me lembra vc.

Ele: Lembra é? (fala fininho?...)

Ela: Não só isso, a aparência também.

Ele: Mas a banda é boa né?

Ela: Uhum, eu gostei!

Ele: É bom conversar com vc

Ela: Eu senti muita saudade de vc, das conversas das risadas bobas...

Ele: Hum...

Ela: Mas me conta... e o trabalho escravo ainda continua?

Ele: Sim, tenho ficado alguns dias até tarde.

E  assim a conversa durou a tarde toda e parecia que cada minuto era pouco para acabar com a saudade que existia.


E eles conversam, falam bobeiras, dão risadas junto, ainda lembram de cada coisa que faz o outro se sentir melhor.


Sabem que ficar longe só faz mal para os dois, sabem que mesmo que não seja como nos planos é melhor do que nunca mais ouvir a voz um do outro, do que nunca mais serem chamados por aqueles apelidinhos especiais.

As conversas já não são a mesma coisa, mas o carinho está sempre presente em cada palavra dita, escrita ou pensada.


Algumas vezes até se assustam com a sintonia, parece existir uma certa telepatia entre os dois.

Chego a imaginar que até pensam as mesmas coisas, só preferem não comentar.

Não sei como acontece mas por mais que fiquem meses sem conversar quando se falam parece que não ficaram nem um dia longe.

Assunto nunca falta embora muitas vezes prefiram somente ficar em silêncio e esperar a saudade grite e o silêncio se quebre.

As palavras saem sem que se quer eles percebam e sem que notem a conversa está acontecendo.

Algumas vezes as palavras cruzam fronteiras perigosas, mas sempre retornam para os limites da normalidade.

As conversas não são mais tão intensas, mas mesmo assim consegue atrair toda a atenção deles.

Os dias não são mais como aqueles passados, mas eles continuam fiéis a tudo o que já sentiram.

E preferem guardar em um espacinho especial tudo que foi bom.








Nenhum comentário:

Postar um comentário