terça-feira, 12 de junho de 2012

A Felicidade Talvez Não Lhe Pertença...



Depois de um certo tempo trancada em casa Ela resolveu sair e ver o mundo, naquele momento a depressão havia lhe dado uma pequena trégua.


Nem mesmo ela sabia o que estava acontecendo dentro de sua cabeça, então resolveu apenas seguir seus instintos e ver até onde eles á levavam.


Talvez fosse a vida a chamando para viver, então ela aproveitou e saiu para ver o mundo.


Mas andando pelas ruas ela se sentia uma completa estranha, como se já não conhecesse mais os lugares e as pessoas.


Aquela realidade tinha deixado de ser sua fazia muito tempo.


As pessoas corriam nas calçadas, felizes, em busca de saúde ou de um corpo fisicamente perfeito.


Mais a frente ela via uma moça desfilando suas curvas num vestido estampado e muito curto, ostentando seus atributos, em um banco ao seu lado um casal de namorados trocando carícias.


Na outra esquina ela via um vendedor tentando convencendo uma moça de que o produto á venda seria uma chance de ouro, uma renovação em sua vida.


E aquele lugar parecia ser o lugar mais feliz do mundo, todos estampando felicidade em seus rostos.


Ela não entendia pq era a única que parecia estar infeliz, pq de todas as pessoas do mundo ela parecia ser a única abandonada pela felicidade.


Até os pombos, comendo lixo e vivendo em meio ao caos de uma cidade grande pareciam felizes.


E porque ela não?


Ela caminhou por mais um tempo, foi até os lugares que costumava passar, e tudo estava igual e ao mesmo tempo tão diferente.


Então ela percebeu que aquele mundo já não era o seu, que seus esconderijos tinham deixado de ser especiais, agora eram só mais um ponto da cidade.


Depois desse dia ela resolveu que seria melhor se manter afastada.


Resolveu voltar para seu mundinho e permanecer em seu isolamento, na solidão de suas expectativas frustradas,diante de seus livros que de tantas vezes lidos já estavam desgastados.


Voltou para os seus objetos e seus móveis que já não lhe causavam mais inspiração, empoeirados com memórias de cenas nunca vividas.


Seu mundinho sem vida e alegria parecia combinar muito mais com seus olhos que há muito havia perdido a razão para brilhar.


E assim a moça foi vivendo, e suas memórias se apagando com o tempo.


Sua vitalidade e seus anelos foram se esvaindo de seu corpo e da sua mente.


E ela só esperava pela cena final.


Aquela em que seu nome nem mais seria lembrado e se algum dia alguém achasse um pequeno trecho de um poema perdido, ao ler não lhe faria o menor sentido.


E essa seria a história triste de alguém que a felicidade nunca parecia lhe cair bem.


A felicidade não é pra todo mundo, a felicidade é para quem


está disposto a enfrentar qualquer obstáculo e lutar por ela.









Um comentário:

  1. Me parece que essa moça precisa de uma mudança de ares.. Outros esconderijos, outras pessoas pra observar.. E a felicidade aparecerá, tenho certeza

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